quarta-feira, 20 de julho de 2016

Há Muito,,,





Há muito, senhora, que não te vejo,
Há muito que não sorrio,
Há muito que não amo.
Há muito, senhora, que não peço,
Há muito que não chamo...

Há muito que não sei se sei,
Há muito que só sei que não sei.
Há muito, senhora, confuso estou,
Há muito que morro,
Há muito que não existo

Há muito que nem sinto,
Há muito não ando,
Há muito que minto,
Há muito que nem muito menos,
Há muito que o menos em mim existe,

Há muito que esse eu persiste
em te voltar um dia,
ganhar uma alma
que foi embora fria.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Onde Estás?


Onde estás, oh, brisa do meu céu?

O que fazes, o que sonhas?

Antes em teus olhos, caminhavas,

Em meu corpo flutuavas,

E em teus seios, em teus relevos,

Em tuas pequenas pérolas, eu vos amava.

Onde estás, oh mulher divina,

Que corróis minhas desventuras,

Elevas-me às alturas,

Soltai-me nas nuvens,

E nadar ao sol.

Fizeste-me cego da dor,

Amante sem dó,

Criança fugidia do mal,

Adolescente carente de teus apelos!...

Onde estás, mulher!?

Quando me encanto com o canto

Dos pássaros,

Quando caem lágrimas em

Meus passos,

Quando sozinho em meu mundo,

A edificar ideologias,

Filosofias, histórias,

Canções...

Vêm-me tua alma, tua voz,

Teu sumo.

E de tua essência tão perfeita,

Retiro apenas o que me foi em reflexo...

Vêm-me assim tornados cansados,

Advindos de um espaço oculto, sem nexo...

Dele nada retiro,

Apenas a realidade,

Que nos separou em maldade...

Desnudou meu sexo.

Ondes estás...?

Em solitário âmago, naufrago,

Em brumas negras, fadado

A morrer perdido,

Esquecido,

Sem ti...
Eu vivo.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Semente


Em nome de Deus,
Dos filhos meus,
Dos anos teus,
Em que eu fora plebeu,
E você, rainha.
Em nome do amor,
Dos sois que se põem,
Das luas de outrora,
Das estrelas de agora,
Do escuro infinito,
Do limite, entre mim
E você...
Em nome da terra,
Dos corpos que se amam,
Das sementes que se geram,
E são geradas,
Das partes de um todo,
Do átomo que se biparte,
De suas partes que não são;
Em nome do que me resta,
Dessa imensa floresta,
Em que me perco calado,
Tão frio e solitário,
Como pássaro em céu azul.
Em nome do nada,
Desse véu pálido do pecado,
Dos eternos namorados,
E do coração que se bate...
O que somos?
Nem sei o que somos,
Apenas sei o que queremos.
Queremos um ao outro,
Em meio a guerras ocultas,
Que nos embatem sem luta,
nos agridem como pedras,
embaixo de águas revolutas.
Somos, em nome dos meus
E dos nossos, o que amamos,
O que queremos,
Mas só não somos
O que querem que sejamos...

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dúvidas


Não mais te amo,

Nem mais sei o que sou.

Trôpego, hibrido; cálido,

Sonhador, errôneo,

Em princípios que não sei.

Apenas não te amo mais.

Palavras se foram vãs,

Em histórias pagãs,

Em que Deus era tudo,

Em meio a nós,

Que não éramos nada,

Apenas sóbrios amigos

De um passado lírico.

E hoje, em busca de ti,

Em outras que não

Amo,

Encontro a ti somente,

Nesse pranto que me espera.

 

Percebo que te amei,

Um pouco...

Mas tão somente como

Uma criança,

Um pequeno verme feroz,

Que corroía teus olhos,

Seus sonhos, sorrisos,

Teu mundo, tua paz.

Percebo, agora,

Que não sou mais um pequeno verme,

Nem um pequeno ser do mundo,

Sou apenas um homem

Em busca do sol,

De seu sorriso,

De tuas luas,

De tuas curvas,

De teu medo,

De seu segredo,

De teu céu!

Acho que... te amo!

Me enganei.

Graças aos deuses,

Me enganei!

Observo agora,

Simplesmente agora,

Que me encontrei

Em tuas formas,

Em teus lírios lisos,

Sem vestimentas,

A cuja beleza

Obedeço...

E dela padeço se não tiver.

Sim,

Descobri que te amo,

Te pertenço,

Me enriqueço,

Empobreço,

E Sobrevivo em forma

de Homem, que sou.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Elo





Simples como o ódio,
violento como a água que desce,
em chamas como o fogo que queima,
físico como garras no sangue..

Bruto como a dor da vida,
sério como o caos,
frio como a geleira sagrada,
inquebrantável como ouro...

Cego como as nuvens,
cíclico como Deus,
selvagem como tigres,
amantes como lírios...

Doce como água pura,
belo como a certeza,
amado, como a arte,
verde, como a beleza.

Assim é o nosso amor,


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Linda Dor




Sinto ainda seu corpo
Suando no meu,
Uma água fria,
que se vai febria,
embriagando vias,
como Vênus prometeu.

Desce doce em meu peito,
em trajetos quentes
do seu leito,
Molhando crua a tua lua,
suas serras, seu desejo.

E cai enlameando curvas,
e eu sem luvas,
devorando-te nua,
tão menino sem cor.

Tão saliente em maldade,
destruindo saudade
em teu mundo
de amor.

Vinguei minha dor,
tão fina e distante,
tão séria e errante,
agora era bela como
uma flor

Desfiz a maldição,
que cantei em outrora,
pois, naquela dia, (e hora),
eras meu sonho
minha bela ilusão.

E o norte se fez real,
em abraços, em beijos,
que jamais te dei.

Nossos brios ungidos,
como crentes remidos,
por caminhos que passei.

A santidade se desfez
e teus olhos eram meus,
nada mais se dizia,
apenas uma canção se ouvia...

A canção do amor meu.


E cansados, nos amamos,
e no descaso do amor,
nos matamos!

E ao ressuscitar do leito,
olhei teu belo peito,
e te amei muito mais,
cantei poemas líricos,
que se esvaiam como mitos,
que em sonhos não se veem tais.

Amar-te é como fogo,
que sobe como espírito meu,
se desfaz por falta de lenhas quentes,
volta como meros umbrais.

E nesse dia, fui um fogo,
que te amou ferozmente,
como um leão vadio,
que se molha em rio,
após devorar presas inocentes.

Esse sou eu, e tu, minha breve
rainha,
tão pobres quanto mendigos,
em busca de um simples abrigo,
meros amantes, em busca de alívio.






quarta-feira, 13 de maio de 2015

Você, meu meu sol, minha chuva.





E o sol não nasceu...
Uma Nuvem cinzenta,
avarenta,
Robou-me o que era meu.

Fez-me sucumbir,
cair,
Ver a terra molhada,
arraigada,
de passos seus.

Um breu se fez.
Era noite.
A escuridão me perseguiu,
e deu-me um açoite.
Não temi o meu fim,
era apenas um início
de um mero precipício,
de você sem mim...

Em prantos nas águas,
sob a chuva de verão,
entonei seu nome,
tornei-me homem,
em plena solidão..

E o sol surgiu,
em pernas lisas,
em sorrisos obtusos,
em forma de deusa lírica,
não havia mais escuro.

O perfume da rosa
em mim se fez,
a canção das ondas,
do lírio e das pombas,
Fazias parte de mim,
outra vez.

Um beijo na alma
em desejo em teu corpo,
uma leveza da calma,
me encontrei em teu gosto.

Nus nas areias do deserto,
em céus descobertos,
em brios finos te amei,

Nem mesmo o sol que se ia
em seu perdão que partia,
retirou o sonho da memória,
do amor que em nós havia (eu sei).